sexta-feira, 24 de outubro de 2008

GESTÃO COMPORTAMENTAL:Estratégias para os pais II parte

Estamos sempre a comunicar,
mesmo quando não falamos...


A comunicação faz-se através de palavras (verbal) e
também através de gestos, expressões faciais,
tom de voz, silêncios, etc. (não verbal).

No entanto, nem sempre conseguimos comunicar aquilo que realmente queremos, ou da forma como queremos.

A seguir damos algumas dicas para tornar
a comunicação mais clara e efectiva.


1. Fale calmamente
Fale num tom de voz calmo e pausado, usando frases curtas e directas. Diga uma coisa de cada vez (não salte de assunto).

2. Use mensagens “eu” em vez de mensagens “tu”
As mensagens “eu” centram-se em nós e promovem uma comunicação clara dos nossos comportamentos e sentimentos. Ao usar frases “eu”, embora esteja a confrontar a criança, porque está a falar sobre o seu comportamento, não a magoa.
Nas mensagens “tu” o foco passa a ser a outra pessoa e soam a criticismo. A outra pessoa reage quase sempre com raiva, sente-se humilhada e tem uma atitude defensiva.
Exemplo:
Mensagem “tu”: “Tu nunca chegas a horas, és sempre o mesmo atrasado!”
Mensagem “eu”: “Eu fico preocupada/ aborrecida quando chegas atrasado.”

3. Seja específico
Diga exactamente aquilo que quer. Quando quer que a criança faça alguma coisa, diga de forma clara e específica o comportamento que pretende ver realizado. Concentre-se num tópico de cada vez.

4. Seja breve
Use uma linguagem simples e directa, seja breve, sem rodeios.

5. Verifique se a criança está a ouvir/ compreender
Pode perguntar: “o que é que achas?”, “concordas?”. Fazer perguntas envolve quem está a ouvir e permite verificar se compreendeu.

6. Mostre que está a ouvir
Pode mostrar que está a ouvir, que está interessado e atento, mantendo um bom contacto ocular e mostrando que compreende o que a criança lhe diz e sente (ex.: acenando com a cabeça, dizendo “hum-hum”).

7. Faça a criança sentir que você a compreende

Acompanhe o discurso ou as experiências da criança, mostrando interesse e que o que se passa com ela não lhe é indiferente, ou seja, mostre à criança que você está atento. Isso faz com que se sinta com valor e que alguém lhe dá atenção.
Exemplo:
“Percebo, deves ter-te sentido muito triste com isso.”

8. Coloque questões para esclarecer dúvidas
Para se mostrar interessado e perceber exactamente aquilo que a criança quer dizer, é útil fazer questões.

OBSTÁCULOS A UMA COMUNICAÇÃO CLARA E EFECTIVA

1. “Deitar abaixo”
Exemplo:

chamar nomes, insultar, rir-se de forma inapropriada, fazer comentários depreciativos, troçar das ideias ou dos esforços dos outros.

2. Usar frases coercivas
Exemplo: “tens que”, “deves”...

3. Misturar frases positivas e negativas
Exemplo:



“Muito bem, fico contente que tenhas feito hoje tua a cama, já não era sem tempo!”

4. “Ser historiador”
Exemplo:

Estar sempre a lembrar o que correu mal no passado.

5. Falar pelos outros
Exemplo:

“nós estamos muito zangados contigo”.

6. Ter sinais verbais e não verbais inconsistentes
Ou seja, dizer uma coisa mas demonstrar outra através do não verbal (corpo ou expressão facial, tom de voz..)
Exemplo: “está muito bem o teu desenho”, ao mesmo tempo que desvia o olhar e faz uma cara de reprovação
.

7. Culpabilizar
Exemplo: “És sempre o mesmo trapalhão!”.

8. Usar “palavras-rastilho”
Ou seja, que fazem aumentar a tensão e provocam conflito. Muitas vezes fazem explodir reacções emocionais e comportamentos desadequados, e dão origem, posteriormente, a reacções do género: “não sei como fiz aquilo.”
Exemplo:



Linguagem extremista - “sempre, nunca, constantemente, para sempre,...”;
Linguagem crítica - “é melhor que, tens de, devias...”
Rotulagem - “mau, burro, idiota, terrível, porco, peste”.


Tente usar uma linguagem mais flexível
Exemplo:


dizer “às vezes” em vez de “sempre”, “agora”, em vez de “nunca”.

Uma linguagem assim tem a vantagem de evitar a escalada do conflito e de não o fazer perder a calma.

É importante nunca esquecer que quando os adultos se descontrolam as crianças seguem o seu exemplo e aprendem que esse comportamento é aceitável.
Elas aprendem a fazer o mesmo.


Próximo postagem: "como lidar com o mau comportamento”
joão figeiredo - psicologo

2 comentários:

Anónimo disse...

Estava mesmo a precisar de ler um artigo como este. O meu filhote Rodrigo, por vezes deixa-me sem palavras, parece que está sempre a testar a minha autoridade... e só tem 2 anos...

Anónimo disse...

Obrigada creio que aprendi alguma coisa por isso vou continuar a visitar-vos. Bem hajam
Fernanda