O nascimento de um segundo filho é um acontecimento marcante na vida familiar, sobretudo para o primogénito que começa a sentir que deixou de ser o centro das atenções, que o mundo mudou o seu centro para outro ponto que já não é ele.
Ainda durante a gravidez poderão sentir-se já mudanças de comportamentos da criança que considera a vinda de um irmão como uma ameaça ao relacionamento com os seus pais.
Esses comportamentos incluem condutas regressivas, tais como, fala infantilizada, pedido de colo, uso de chupeta, retrocesso na aprendizagem de hábitos de higiene, chupar no dedo, não querer comer sozinho, bem como, aumento das exigências relativamente à mãe, agressividade para com os pais, problemas de sono, entre outros. Tudo isto constitui estratégias para reaver as interacções e as atenções dos pais.
No entanto, apesar do grande impacto causado aquando do nascimento do irmão, a maioria dos primogénitos tende a apresentar, com o decorrer do tempo, um gradual retorno aos padrões anteriores de funcionamento. Kreppner et tal, 1982, considera que são necessários dois anos para que a família se possa reestruturar após o nascimento de um segundo filho.
Deste modo, é fundamental ainda durante a gravidez falar com a criança sobre a vinda de um bebé. O início deste processo complexo de tornar-se irmão, que pode minar temporariamente a segurança e a confiança do primogénito, requer uma grande atenção por parte dos pais. Todas as mudanças importantes na vida da criança, tais como, entrada no infantário, mudança de quarto, deverão ser efectuadas algum tempo antes do nascimento do irmão.
Um dos aspectos essenciais para que a criança não sinta a chegada de um irmão como uma perda, consiste em envolver o pai no processo de cuidados, nas brincadeiras, nas rotinas do dia-a-dia. O pai desempenha um papel fundamental na busca pelo equilíbrio familiar, podendo suprimir a ausência da mãe e o menor envolvimento desta com o filho mais velho no período pós-parto.
Todos nós sabemos as exigências que um bebé traz à família, em especial à mãe que a tem de amamentar, cuidar da sua higiene, tranquilizá-la, amá-la. Os bebés “não esperam” para ver as suas necessidades satisfeitas e a criança mais velha acaba por esperar, esperar, esperar…
Espera para brincar, espera para adormecer, espera para comer, espera para ir ao parque… A sua auto-estima vai diminuindo, a sua confiança na mãe sai abalada… Parece que o mundo se transformou por completo! Até as pessoas estranhas dão mais atenção ao bebé!
Tendo em conta estas considerações não é difícil de antever que a criança vai escolher formas para rivalizar com o irmão, fazendo inúmeras chamadas de atenção que envolvem birras e mau comportamento. Os pais acabam por o castigar mas sem sucesso. Não vêem alteração no seu comportamento… forma-se uma bola de neve!
Como dar a volta à situação?
Mãe: aproveitar o tempo livre para sair com o filho mais velho, brincar com ele, fazer actividades que ele gosta, como ir ao parque ou jogar futebol… Poderá deixar o bebé com uma avó ou com o pai durante esse período. Privilegiar o tempo de qualidade, em vez da quantidade.
Não cair na tentação de ficar a cuidar sozinha das duas crianças. A mais velha deverá continuar com as suas rotinas, frequentando a escola.
Pai: aliviar as tarefas da mãe relativamente ao filho mais velho. Cuidar dele, dar-lhe banho, levá-lo à escola, brincar, ler histórias, ajudá-lo a adormecer… Todas estas tarefas devem ser iniciadas antes do bebé nascer para dar tempo à criança se envolver mais com a figura paterna. Desta forma, a criança vai buscar atenção a fontes alternativas às da mãe. O pai torna-se capaz de distrair a criança e esta acaba por ficar menos aborrecida com o envolvimento da mãe com o bebé.
Nota: A criança mais velha deverá participar na vida familiar… Por vezes cai-se na tentação de a deixar ao encargo dos avós durante o internamento na maternidade e durante os primeiros dias após o nascimento do bebé. Contudo, ela apercebe-se que o bebé veio roubar o espaço que era dela, que passou para segundo plano.
Pode ser difícil gerir o dia-a-dia com duas crianças. Há que arranjar estratégias para as envolver na rotina familiar para que nenhuma delas se sinta à margem. Cabe aos pais envolver a criança mais velha nos cuidados ao bebé, fazendo-a ver que tem um papel fundamental no seio da família e dando-lhe a conhecer a importância do estatuto de filho mais velho que elas tanto apreciam. Ao proporcionar
Ainda durante a gravidez poderão sentir-se já mudanças de comportamentos da criança que considera a vinda de um irmão como uma ameaça ao relacionamento com os seus pais.
Esses comportamentos incluem condutas regressivas, tais como, fala infantilizada, pedido de colo, uso de chupeta, retrocesso na aprendizagem de hábitos de higiene, chupar no dedo, não querer comer sozinho, bem como, aumento das exigências relativamente à mãe, agressividade para com os pais, problemas de sono, entre outros. Tudo isto constitui estratégias para reaver as interacções e as atenções dos pais.
No entanto, apesar do grande impacto causado aquando do nascimento do irmão, a maioria dos primogénitos tende a apresentar, com o decorrer do tempo, um gradual retorno aos padrões anteriores de funcionamento. Kreppner et tal, 1982, considera que são necessários dois anos para que a família se possa reestruturar após o nascimento de um segundo filho.
Deste modo, é fundamental ainda durante a gravidez falar com a criança sobre a vinda de um bebé. O início deste processo complexo de tornar-se irmão, que pode minar temporariamente a segurança e a confiança do primogénito, requer uma grande atenção por parte dos pais. Todas as mudanças importantes na vida da criança, tais como, entrada no infantário, mudança de quarto, deverão ser efectuadas algum tempo antes do nascimento do irmão.
Um dos aspectos essenciais para que a criança não sinta a chegada de um irmão como uma perda, consiste em envolver o pai no processo de cuidados, nas brincadeiras, nas rotinas do dia-a-dia. O pai desempenha um papel fundamental na busca pelo equilíbrio familiar, podendo suprimir a ausência da mãe e o menor envolvimento desta com o filho mais velho no período pós-parto.
Todos nós sabemos as exigências que um bebé traz à família, em especial à mãe que a tem de amamentar, cuidar da sua higiene, tranquilizá-la, amá-la. Os bebés “não esperam” para ver as suas necessidades satisfeitas e a criança mais velha acaba por esperar, esperar, esperar…
Espera para brincar, espera para adormecer, espera para comer, espera para ir ao parque… A sua auto-estima vai diminuindo, a sua confiança na mãe sai abalada… Parece que o mundo se transformou por completo! Até as pessoas estranhas dão mais atenção ao bebé!
Tendo em conta estas considerações não é difícil de antever que a criança vai escolher formas para rivalizar com o irmão, fazendo inúmeras chamadas de atenção que envolvem birras e mau comportamento. Os pais acabam por o castigar mas sem sucesso. Não vêem alteração no seu comportamento… forma-se uma bola de neve!
Como dar a volta à situação?
Mãe: aproveitar o tempo livre para sair com o filho mais velho, brincar com ele, fazer actividades que ele gosta, como ir ao parque ou jogar futebol… Poderá deixar o bebé com uma avó ou com o pai durante esse período. Privilegiar o tempo de qualidade, em vez da quantidade.
Não cair na tentação de ficar a cuidar sozinha das duas crianças. A mais velha deverá continuar com as suas rotinas, frequentando a escola.
Pai: aliviar as tarefas da mãe relativamente ao filho mais velho. Cuidar dele, dar-lhe banho, levá-lo à escola, brincar, ler histórias, ajudá-lo a adormecer… Todas estas tarefas devem ser iniciadas antes do bebé nascer para dar tempo à criança se envolver mais com a figura paterna. Desta forma, a criança vai buscar atenção a fontes alternativas às da mãe. O pai torna-se capaz de distrair a criança e esta acaba por ficar menos aborrecida com o envolvimento da mãe com o bebé.
Nota: A criança mais velha deverá participar na vida familiar… Por vezes cai-se na tentação de a deixar ao encargo dos avós durante o internamento na maternidade e durante os primeiros dias após o nascimento do bebé. Contudo, ela apercebe-se que o bebé veio roubar o espaço que era dela, que passou para segundo plano.
Pode ser difícil gerir o dia-a-dia com duas crianças. Há que arranjar estratégias para as envolver na rotina familiar para que nenhuma delas se sinta à margem. Cabe aos pais envolver a criança mais velha nos cuidados ao bebé, fazendo-a ver que tem um papel fundamental no seio da família e dando-lhe a conhecer a importância do estatuto de filho mais velho que elas tanto apreciam. Ao proporcionar
a participação nos cuidados ao bebé está-se a integrar a criança neste novo projecto de vida familiar, ao mesmo tempo que se estimula o relacionamento entre os irmãos e o desenvolvimento de responsabilidade, compreensão e afectividade.
Espero que este artigo suscite o interesse dos leitores e levante uma série de questões e reflexões oportunas. Quem já viveu esta realidade poderá dar o seu valioso contributo. Todos nós aprendemos com as experiências dos outros.
Em breve será postado um outro artigo com dicas importantes para minimizar os ciúmes entre irmãos.
Espero que este artigo suscite o interesse dos leitores e levante uma série de questões e reflexões oportunas. Quem já viveu esta realidade poderá dar o seu valioso contributo. Todos nós aprendemos com as experiências dos outros.
Em breve será postado um outro artigo com dicas importantes para minimizar os ciúmes entre irmãos.
________________ Vânia Coimbra ________________
Bibliografia:
PEREIRA, Caroline; PICCININI, César. O impacto da gestação do segundo filho na dinâmica familiar. Estudo psicológico Campinas; vol.24, nº 3, 2007
PEREIRA, Caroline; PICCININI, César. O impacto da gestação do segundo filho na dinâmica familiar. Estudo psicológico Campinas; vol.24, nº 3, 2007
3 comentários:
Artigo muito, muito importante!!!
Fui mãe há pouco tempo pela segunda vez e parece que o mundo desabou. A carga de trabalho aumentou imenso, já não tenho tanto tempo para dar atenção ao mais velho; ele está constatemente a reclamar, a chamar a atenção,a querer que brinque com ele... o que é certo é que não dá para tudo. Vou apostar no tempo de qualidade como diz o artigo e incentivar a aproximação com o pai.
hahahaha nao axei nenhuma graça esse artigo! eu tenho 13 anos e da noite pro dia fiquei sabendo que vou ter um irmao, agora olha a situaçao:
sou ciumento e adimito
odeio crianças e bebes
pra varia sou gordo e feio, ai meu irmao vai nascer akela graçinha e eu vou virar o revoltado e vou ser a ovelha negra da familia,
manero
antes de fazer um artigo deses
pega e pensa como o irmao nao como a mae
Enviar um comentário