sexta-feira, 24 de julho de 2009

A CHUPETA... SERÁ PARA OS FILHOS, OU PARA OS PAIS?

O reflexo de sucção é inato, pelo que muitos bebés já chucham no dedo dentro da barriga da mãe.
Quando nascem, basta tocar-lhes na boca ou bochecha que começam a abrir e a fechar a boca em movimentos contínuos. Por isso, a maioria dos bebés aceitam facilmente quando os pais lhe oferecem a chupeta. Consequentemente, os pais sentem-se aliviados, porque finalmente vêm o seu filho quieto e calado.
Outros bebés, mais determinados, recusam a chupeta, mas os pais também obstinados experimentam todas as formas possíveis por convencer os seus filhos de que precisam mesmo da chupeta.


A Organização Mundial de Saúde preconiza que nos Hospitais / Centros de Saúde Amigos dos Bebés não entram chupetas, sendo esta uma medida de protecção ao aleitamento materno. Isto, porque segundo vários estudos, os bebés que começam a usar chupeta logo à nascença têm tendência para mamar menos, porque a chupeta e a mama exigem modos de sucção diferentes. Assim, se um bebé se habitua a chuchar na chupeta, pode ter mais dificuldade em mamar na mama convenientemente. Além disso, um bebé que está sempre com a chupeta na boca está tão entretido que pede menos vezes para mamar.
A chupeta também favorece o desenvolvimento de otites, pode atrasar o desenvolvimento da linguagem, provoca dependência e pode provocar deformação dentária se o hábito se prolongar para além dos 2 anos.

A chupeta tranquiliza o bebé, e por isso serve de tranquilizante para os pais, no entanto esta medida deve estar sempre no topo da pirâmide, ou seja como último recurso.
Primeiramente é importante que os pais aprendam o conhecer o seu bebé e a interpretar os seus tipos de choro (fome, colo, frio, fralda suja, calor…) e ajam de acordo com a situação.
Se um bebé chora porque lhe falta algo é errado tentar adiar ou colmatar a resolução do problema através da chupeta.

Seguidamente sugerem-se alguns truques para as situações em que o vício da chupeta já está instalado:

  • Tente que a criança comece a usar a chupeta apenas para adormecer, reduzindo aos poucos a dependência;
  • Comece a preparar psicologicamente a criança para o adeus à chupeta. Diga-lhe que já está a ficar crescida e que por isso, não precisa de chupeta;
    Use a chupeta como moeda de troca para aquele brinquedo que o seu filho lhe anda a pedir;
  • Aproveite as épocas festivas, dado que são boas alturas para a criança se separar da chupeta;
  • Se nascer algum bebé na família sugira-lhe que dê a chupeta;
  • Além dos pais, ninguém mais deverá interferir no processo.


Este processo não deverá ser forçado, dado que o adeus à chupeta é um processo natural e portanto, vai acontecer mais tarde ou mais cedo.

Marisa Leite, Enfermeira do Centro de Saúde de Santa Maria da Feira, a realizar estágio da especialização em Saúde Materna e Obstetrícia

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BIBLIOGRAFIA
· Curso de conselheiras em aleitamento materno, DFEP, Hospital Infante D. Pedro, Setembro de 2008.
· OMS/UNICEF (1993) – Aconselhamento em amamentação: Um curso de treinamento. Manual do participante. 180 p.;
· OMS/UNICEF (1 DE Agosto de 1990) – “Declaração de Inocenti, protecção, promoção e apoio do aleitamento materno”, Nossos Arquivos, Grupo ORIGEM;
· http://www.leitematerno.org/hiperlig. htm.

1 comentário:

carla disse...

Mesmo de férias não resisto a visitar-vos e fiquei agradavelmente surpreendida com este artigo.
É com conselhos simples e práticos, sempre fundamentados na ciencia que pautam o vosso trabalho.Parabéns!