segunda-feira, 23 de julho de 2007

Obesidade Infantil – Alerta para os pais -1ª parte

Actualmente, a obesidade infantil é considerada um problema sério de saúde pública no mundo, especialmente nos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Segundo a OMS, a obesidade infantil afecta uma em cada dez crianças em todo o mundo e Portugal está na vanguarda desta estatística.

De acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), obesidade define-se como “ a quantidade percentual de gordura corporal acima da qual o risco de doença aumenta…”, cujo desenvolvimento sofre influência de vários factores (biológicos, psicológicos, socio-económicos e sócio-comportamentais).

É cada vez mais comum encontrar crianças e adolescentes obesos, com níveis elevados de colesterol, triglicéridos, hipertensão e diabetes que no futuro constituem factores de risco para o coração.


Quais as principais causas?

- Hábitos de vida sedentária, ou seja, falta de exercício e excessivo número de horas passadas em frente ao televisor e ao computador.
É importante lembrar que as crianças sedentárias têm mais probabilidade de se tornarem obesas. A actividade física traz benefícios para a saúde corporal e emocional de qualquer criança.

- Hábitos alimentares inadequados que incluem um consumo exagerado de alimentos ricos em gorduras e com alto valor calórico, como fast food, chocolates, bolos, goluseimas, bem como, um grande consumo de alimentos durante as refeições, de baixa qualidade. A falta de critérios para os horários das refeições constitui também um erro muito comum.


O que se verifica nos dias de hoje é que as crianças e adolescentes ingerem mais energia através da comida do que aquela que gastam. Neste aspecto os pais têm um papel fundamental. Muitas vezes, estes só percebem que a criança está acima do peso considerado normal quando ela já está obesa. Por detrás desta realidade está um misto de tudo: falta de tempo, falta de atenção e uma pitada de protecção excessiva.

- Grande número de células adiposas, adquiridos durante o período de gestação e primeiros anos de vida.
Engordar na infância é mais perigoso do que parece. São nos dois primeiros anos de vida e até aos dez anos que as células adiposas (depósitos de gordura) estão em multiplicação. Isto significa que se a criança é obesa com dois anos, ela tem 50% de probabilidade de se tornar um adulto obeso.

Que consequências?

Emocionais:
- Considerando o alimento como uma forma materializada de afecto, entende-se pelos hábitos alimentares, como a criança e o adolescente se relaciona afectivamente consigo mesma e com os outros. É importante considerar como ela lida com o seu corpo, os cuidados que tem consigo, a forma como expressa as suas emoções. É comum a criança obesa manifestar uma auto estima e auto imagem fragilizadas assim como um sentimento de desvalorização. O alimento acaba por ser um substituto de afecto, conforto e protecção.

Sociais:

- Numa sociedade onde a forma física é mais valorizada do que outras características humanas, os obesos podem facilmente sofrer discriminações, piorando a sua estrutura psíquica de baixa auto estima e confiança.

Pelo facto de não se enquadrar no padrão estético, a criança ou adolescente pode sentir-se inadequado nas suas funções e relacionamento. Essa situação gera mais ansiedade e frustração levando-a a compensar na alimentação, e cria assim um ciclo vicioso de auto desvalorização.

Próximo artigo " o que fazer para evitar/cuidar este problema"
____________________________________________ Paula Leite

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito do artigo.
Mesmo em periodo de férias vocês não param!
Parabéns!!!

Anónimo disse...

Pais não descuidem a alimentação dos vossos filhos! Há hábitos que se criam logo desde bebés!